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Luís Gomes
Luís Gomes
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Há cerca de 20 anos se alguém anunciasse taxas de juro negativas, ou 0%, como seria tratado? Provavelmente seria enviado para algum hospital psiquiátrico, tal a barbaridade que tinha acabado de proferir.

Uma das características inerentes à natureza humana resulta da sua preferência pelo consumo imediato em detrimento do consumo futuro. O crédito não é mais do que o pagamento ao credor pelo sacrifício de diferir no tempo o seu consumo: a razão de receber juros como forma de pagamento de tal esforço.

Desde sempre, a taxa de juro não foi mais que o resultado do preço estabelecido no mercado de poupança. A oferta e a procura determinavam a taxa de juro. Uma pressão compradora – procura por empréstimos – faria subir a taxa de juro; uma pressão vendedora – oferta de empréstimos, ou seja, aforradores interessados em empresar – faria descer a taxa de juro. Isto era no tempo do não intervencionismo.

De há umas décadas a esta parte, em particular a partir do final dos acordos de Bretton Woods, em 1971, iniciou-se uma crescente intervenção dos bancos centrais; em paralelo, a subida imparável da dívida pública e dos principais índices bolsistas. Como podemos observar na Figura 1, o principal índice norte-americano, o S&P 500, registou uma subida exponencial a partir do momento que as taxas de juro foram administrativamente colocadas a 0% em 2009, como resposta à crise iniciada com a falência do lendário banco norte-americano Lehman Brothers. Desde então, uma tímida subida, apenas de 2%, foi o suficiente para provocar uma correcção do índice S&P 500.

Juros baixos, em resultado de decisões administrativas e não pela existência de excessiva poupança, são o incentivo perfeito para gerar sobreendividamento, em particular no estado, onde a maioria da classe política nunca arriscou um cêntimo do seu bolso em qualquer projecto empresarial; dinheiro grátis é música para os seus ouvidos.

Como podemos observar na Figura 3, desde a adesão de Portugal à União Monetária, o Euro, a dívida pública não pára de subir: em 1999, representava pouco mais de 50% do PIB, hoje está em torno de 130%; ao mesmo tempo, nunca o estado português pagou tão pouco por emitir dívida: durante 2020, chegou mesmo a pagar praticamente 0% por dívida emitida a 10 anos!

Neste momento, em que Portugal é um país absolutamente falido, as obrigações por si emitidas com maturidade a dois anos são negociadas a -0, 619%, ou seja, negativas; vivemos num mundo em que tempo volta para trás.

Com esta montanha de dívida, com juros a 0%, ou mesmo negativos, como acontece para a maioria das maturidades dos estados ocidentais, alguém julga possível que os bancos centrais decidam abandonar os governos, apesar da inflação galopante? Nem pensem nisso, a única forma de pagar esta monstruosa dívida será pela inflação, confiscando os credores, neste caso o banco central, ou seja, a maioria da população, a favor de uma minoria de investidores na bolsa e em Criptomoedas.

Assim, como explicar as recentes quedas acentuadas dos mercados? Os índices norte-americanos foram os mais que sofreram nos últimos dias, como podemos observar na Figura 4.

Mas o mercado mais afectado no arranque de 2022 foram em definitivo o das Criptomoedas, com quedas entre 20%, no caso da Bitcoin, e 50%, como foi o caso da Solana, tal como podemos observar na Figura 5.

Todo este pânico resultou de uma “ameaça” por parte do presidente da Reserva Federal norte-americana (FED) de que ia subir juros de forma agressiva e deixar de imprimir dinheiro, ou mesmo reduzir a massa monetária, ameaçando diminuir o tamanho do balanço da instituição que preside. Esta semana será decisiva, já que a comissão executiva da FED irá estar reunida dois dias, hoje e amanhã, para decidir se este será o caminho a seguir, por essa razão os mercados estão extremamente nervosos. Para navegar nestes mares turbulentos, nada como formação em bolsa, caso contrário, as perdas são uma certeza.

Eu julgo que esse não será o caminho adoptado, caso assim seja, certamente uma enorme recessão irá ter lugar, em paralelo com a insolvência da maioria dos estados ocidentais, e isso não é desejado por ninguém. A festa deve continuar, pois vivemos um mundo ao contrário, em que a inflação vai ser combatida por mais inflação!

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Luís Gomes