1 de Fevereiro de 2023 foi um dia especial. Não porque tenha tido alguma relevância astronómica. Trata-se de um dia aparentemente igual a todos os outros, mas na verdade é único, irrepetível. Isto por conta das coisas no espaço andarem como vão.
Vejamos: Um dia consta do tempo que a terra demora a dar volta sobre si própria. Um ano, o tempo que a terra demora a dar a volta ao Sol, dura quase exatamente 365.2425 dias, número que não dá jeito nenhum. Pior são os meses, pois a lua demora 27.321662 dias à volta à terra, enquanto as fases da lua duram 29.530589 dias a completar. Isto sem contar com os movimentos precessionais, o afastamento da lua ou aceleração da Terra. Toda uma irreconciliável complicação.
Tudo combinado, cada dia é diferente de todos os outros dias e nunca faz exatamente xis anos sobre outro dia igual. Com o tempo dá-se conta que aquilo que chamamos de calendário não é bem um mapa espacial com implicações astrológicas, como gostamos de o imaginar, mas uma simplificação grosseira e frágil, para fins nada esotéricos.
Ora, se o calendário é apenas uma simplificação, porque é que haveria de ser tão complicado? 24 horas de 60 minutos, 7 dias numa semana, 28-30/31 dias no mês, 365 dias mais um a cada quase todos os quatro anos. Uma enorme salganhada não muito prática, que ainda anda há milhares de anos a ficar é pior.
No princípio, o calendário Babilónio era até bastante certinho. Com dias de 24 horas, semanas de 6 dias, 5 semanas por mês, 12 meses por ano e para envelopar no final, um festival anual de 5 a 6 dias. Com a invenção do descanso semanal (o Sabbath, não o Domingo), mais a tentativa romana de juntar os meses lunares dos gregos (28 dias e não 30, sem criar o 13º mês), junto com as mais de 20 correções que se seguiram, chegamos enfim ao nosso calendário actual, o Gregoriano.
Este calendário agora globalmente adoptado, está mais ou menos estável desde 1582, isto se não contarmos com a introdução dos fusos horários no final do século XIX ou o absurdo keynesiano com que um falsário australiano convenceu governos em guerra a antecipar o relógio uma hora no Verão, como se os dias por isso ficassem maiores.
O que o actual calendário tem de complicado, irracional, pouco prático ou mesmo disparatado, mais do que compensa ao ser generalizado ou entranhado. É que, bem vistas as coisas, essa é de todas a maior qualidade de um protocolo de comunicação, ser entendido ou aceite. Se alguma coisa toda esta breve história dos dias e meses do ano demonstra, é que um padrão não precisa de ser melhorado para ficar melhor, basta ser utilizado.
Por exemplo, o Bitcoin é, em parte, um calendário. A cada 10 minutos sai um bloco, onde se finalizam cerca de 1500 operações e criam novos bitcoins, a um ritmo que se divide por metade a cada 4 anos, até se esgotarem, lá para o ano gregoriano de 2134.
Ao longo do pouco tempo que decorreu desde o seu arranque, não faltaram tentativas de melhorar este calendário ou Blockchain, criando novas versões, variações e iniciando infindáveis debates sobre qual será de todas a melhor divisão do tempo. Todas as criptomoedas são tentativas de lançar um novo calendário, com novas regras, aparentemente vantajosas em relação ao Bitcoin. O tamanho e duração dos blocos, a quantidade de novas moedas, o algoritmo de validação, podem ser infinitamente debatidos e alterados e tem sido dessas ideias que a indústria das criptomoedas se tem ocupado.
E não é por acaso. Porque o Blockchain, a tecnologia que suporta todas as criptomoedas, a invenção de Satoshi Nakamoto, ocupa-se antes de mais é em contar o tempo. Para evitar o double-spend de moedas, para garantir o que veio primeiro, não a galinha ou o ovo, mas qual a transação mais antiga e assim evitar que algum bandalho volte a gastar o que tinha já gasto.
O Bitcoin é então mais do que dinheiro digital, mais do que a inovação tecnológica do Blockchain, é uma Timechain. O Bitcoin é um calendário, universal e inviolável, que pela primeira vez na História, marca o passar do tempo, sem depender de erros de medição feitos por contabilistas curiosos, nem dos egos insuflados de Imperadores, muito menos das memórias falsas dos historiadores.
A cada bloco que passa ficam registados para a posteridade mais até 4mb de dados que não podem nunca mais ser negados. Pode parecer pouca coisa, mas é apenas a primeira vez na história que o ser humano tem forma de comprovar o passar do tempo. As implicações práticas para o futuro são difíceis de exagerar.
Nota Complementar:
A 1 de Fev. 2023, o troll Taproot Wizards registou a maior transação, no maior bloco, de Bitcoin, grafitando, para sempre, no Timechain, uma imagem (NFT) de gosto para lá de duvidoso.
O debate sobre os limites de utilização do Bitcoin, agora como cápsula do tempo, está relançado, daqui a aproximadamente 10 anos estaremos a recolher os frutos desta ousadia, que para já vale pela subida expressiva do preço do Bitcoin
Transaccionar criptomoedas envolve riscos, tanto na negociação como no armazenamento das mesmas, por esta razão é fundamental que o seu parceiro nesta jornada possa garantir a segurança das suas operações.
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