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Henrique Agostinho
Henrique Agostinho
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O ano de 2022 tem sido muito duro para o Bitcoin que perdeu 70% do seu valor. Mas há mais, as ações também foram muito castigadas, especialmente as tecnológicas, com muitos dos grandes a cair para lá de 50%. Ainda assim, o mais chocante de todos é o Euro, que num ano perdeu 20% em relação ao Dólar.

Quedas nas ações, especialmente as tecnológicas, é de esperar, mais ainda no Bitcoin, que é um ativo na sua infância. Agora, o Euro, a moeda do maior bloco económico mundial cair 20%, em um ano, é impressionante, não pode ser coisa boa, nem passageira. Como tal, é capaz de ser importante entender porquê. 

O que estará então a acontecer para o dólar parecer tão forte? Quando tudo o resto está tão fraco. A resposta não é o Putin, nem os confinamentos, apesar de obviamente esses não terem ajudado. Também não é mal que chegue, o disparate de dívidas e déficits que os governos e bancos europeus acumularam. Porque, em boa verdade, Washington não fez melhor, também na América se gastou à parva e se endividou até às orelhas.

A diferença, o que condena o Euro, e todas as outras moedas periféricas, bem como a generalidade dos ativos, é a denominação das dívidas. Ou seja, a moeda em que as dívidas foram contraídas. Pois que, durante os últimos 20 anos, e especialmente desde 2008, a generalidade dos governos e bancos de todo o mundo embicaram em endividar-se em dólares.

Funcionava assim. Um qualquer Governo, um obscuro Estado, ou o seu banco local, querem se endividar, para terem dinheiro fresco e ajudarem os amigos. Nesse momento, precisam de encontrar uns credores, gente com dinheiro para lhes emprestar. No mercado local não há quem possa, porque são todos uns tesos, e os juros locais são muito altos. Mas no mercado global, em dólares, é espantosamente barato pegar dívidas, porque o FED tem a impressora a debitar à máxima velocidade. Simples, endividam-se em dólares.

Passam-se uns anos e esses dólares todos estão a voltar para casa e a fazer os preços aumentar. Para controlar a inflação, o FED dá uma respirada à impressora e solta-se o bicho que estava com a cauda de fora. Bastou um retoque nos juros, para o dólar começar a subir e de repente todo aquele pessoal que andou a endividar-se em dólares, mas tem os rendimentos em moedas locais, não consegue pagar as dívidas.

Todos não. O governo americano, mais os seus bancos, que é a mesma coisa, continua a ter acesso à impressora e revolvem as suas dívidas em dólares com novos dólares fresquinhos. Mas não é o que se passa no resto do mundo. Para pagarem dívidas em dólares, os governos e bancos locais imprimem moeda local, desvalorizando-a ainda mais e tornando as dívidas ainda mais difíceis de pagar, numa espiral incontrolável.

Foi este simples mecanismo: entidades que não têm rendimentos em dólares a contrair dívidas em dólares, que causou o disparate de desvalorizações das outras moedas. Que está a ser mau para o Euro, o Yen e muito pior ainda para as Rupias, Pesos, Shillings etc. Pior, não parece haver forma de isto acabar, pelo menos não a bem. Eis dois cenários.

  • Mais uma volta no carrousel – a falência de muitas empresas, como a chinesa Evergrande, e vários países, como o Sri Lanka, incapazes de sustentar dívidas em dólares, incomoda os credores, a malta que emprestou os dólares, os bancos americanos. Até ao ponto de condicionarem o FED a abrandar o plano de controlar a inflação com uma recessão. Os dólares voltam a fluir pelo mundo a fora, para enriquecer bilionários e sustentar parasitas estatais. Até daqui a 10 anos, menos, voltar à mesma, mas pior, talvez prontos para o próximo cenário.
  • Cold Turkey  – Se o FED continuar mais focado na inflação do que na recessão, levará muitos endividados a desistir das suas dívidas. Espetam uns valentes e dolorosos calotes nos americanos, e recomeçam de baixo, trocando o que produzem por outro tipo de ativos (Rublos/Yuan, materiais industriais, ouro, e claro, Bitcoin). Não será fácil, porque sem vender aos americanos, não sobra muita gente para comprar. A depressão económica da desdolarização é feiosa, violenta, ainda assim inevitável, pois é a única saída para o ciclo vicioso do cenário anterior.

A ver por como estão a consolidar os mercados de acções, parece que os banqueiros / políticos / vilões de James Bond que mandam no circo, estão com pouca vontade de experimentar a desintoxicação do dólar e, em breve, entraremos num novo ciclo de expansão monetária, com a respectiva valorização de ativos e desvalorização da classe média. Ou não. Uma coisa é querer voltar a pôr de novo a roda a rodar, outra bem diferente é conseguir, até porque, de tanto subir, algum dia, o dólar vai ter de arrebentar.

O Dólar sobe, toda a gente mais o Bangla desce

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Henrique Agostinho