Por causa do Bitcoin apareceram Pinguins no Ártico
A temática das alterações climáticas, consumo de energia, salvar o planeta, a ativista Greta, entre outras, também chegou ao mundo do Blockchain.
É aliás um tema querido dos detratores do Bitcoin, onde o mesmo é colocado como um dos principais responsáveis não só pelo derreter das calotas polares, mas também pelo aparecimento de pinguins no ártico, como mostram as ‘imagens da NASA’ difundidas ultimamente pelos defensores do carbono zero.
Assim, tem sido uma discussão predominante hoje em dia, acerca da melhor forma de manter os diversos blockchains seguros e invioláveis.
Se através do proof-of-work (prova de trabalho) ou através do proof-of -stake (prova de posse).
O proof-of-work é o sistema estabelecido e utilizado pela maioria das criptomoedas, Bitcoin e Ethereum incluídos, funcionando da seguinte maneira.
Através do esforço de potentes computadores na resolução de complicadas equações matemáticas, é possível o registo de transações na rede e a mineração (emissão) de novas moedas.
Quanto maior o número de computadores a tentar registar transações (com o consequente benefício financeiro) existirem, maior o esforço na resolução das equações matemáticas.
Este sistema, utilizado para manter o consenso e bom funcionamento da rede, tem provado funcionar muito bem, previne o mau uso do Blockchain, mas é na verdade extremamente caro.
O esforço computacional é de tal maneira grande que os consumos energéticos, por exemplo no caso do Bitcoin, utilizam mais de 120TWh de eletricidade por ano, o que é três vezes mais que Portugal inteiro.
Não é só um custo brutal mas é também muito poluente. A mineração de Bitcoin emite mais de 36 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano, o que entra claro está, em conflito com a agenda das alterações climáticas.
No outro lado da moeda está o proof-of-stake. Um sistema muito moderno que foi introduzido pelo Blockchain Cardano em 2017, não tendo no entanto ainda nenhum Blockchain totalmente operacional.
Assim ao invés de existirem computadores ‘a trabalhar’, os utilizadores do Blockchain que tenham depositado um certo número (elevado) de tokens têm direito a validar as transações e minerar novas moedas. Ao contrário do anterior que exige TRABALHO, este exige POSSE.
No entanto também este sistema tem alguns problemas, donde se releva o facto de o número de tokens depositados ter de ser muito elevado.
Por exemplo e no caso do Ethereum, que pretende vir a adotar este sistema, são precisos 32 ETH (cerca de €50.000) em depósito. Uns incríveis onze mil milhões de euros estão nesta altura depositados na rede ethereum a aguardar pela passagem para o proof-of -stake da rede ethereum.
Os dois sistemas têm vantagens e desvantagens. Se o proof-of-work é muito poluente (ainda assim menos poluente que a eletricidade consumida para manter o sistema financeiro tradicional a funcionar) e caro, o outro sistema depende de terem de existir muitos validadores, mas o custo para o ser é muito elevado, com um potencial de cartel bastante elevado.
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