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Henrique Agostinho
Henrique Agostinho
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Até à invenção do Bitcoin, a resposta à pergunta “onde está o dinheiro?” era, preocupante talvez, mas relativamente simples: Não havia dinheiro, só dívidas. Em todo o sistema financeiro mundial, todos os bancos, todos os governos, simplesmente não há dinheiro.

Ora, isso de não ter dinheiro é capaz de ser bastante desagradável, sem surpresa o dinheiro dá muito jeito, mais não seja, porque o resultado de não se ter dinheiro, é ficar com cada vez menos. Confuso? Não tem porquê: Quando não se tem dinheiro, restam duas opções, ou não se gasta, ou fica-se a dever, e como, pelo mundo a fora, se continua a gastar, apesar de não haver dinheiro, acumulou-se ainda menos dinheiro, mais dívidas.

Veja-se um caso hipotético: O Ronaldo, outro Ronaldo, um brasileiro emigrado na Europa, passou um mês inteiro a trabalhar e recebe o salário. Contente da vida, acha que tem agora dinheiro e vai aproveitar para mandar algum e ajudar a família. Este caso não tem nada de espantoso, a não ser se seguirmos com atenção o que de facto aconteceu ao salário do Ronaldo.

– Em primeiro lugar, o Ronaldo não tem dinheiro no Banco na Europa. O Banco Europeu deve dinheiro ao Ronaldo.

– Depois, quando o Ronaldo decide mandar dinheiro para a família, o Banco Europeu deixa de o dever ao Ronaldo, e passa a dever a um banco intermediário. O Banco Correspondente entre a origem e o destino.

– O Banco Correspondente, com base na dívida que o Banco Europeu contraiu, vai emprestar dinheiro ao Banco Brasileiro.

– Por fim, o Banco Brasileiro com base na dívida do Banco correspondente, empresta esse dinheiro à família do Ronaldo.

Não é bem por-fim, já que, se a família comprar alguma coisa com o que recebeu, o valor pago vira outra dívida de um outro banco ao comerciante, num ciclo que não acaba nunca. Mas para o efeito, agora chega. 

Na realidade, o que o Ronaldo achava que tinha feito, mandar dinheiro para a família, levou foi a triplicar o valor das dívidas no sistema bancário. Onde antes havia uma dívida, do banco europeu ao Ronaldo, agora há a dívida do Banco Europeu, a dívida do Banco Correspondente e a dívida à família do Ronaldo. 

E isto é assim só para fazer um simples pagamento internacional, imagine-se a trapalhada que contêm os produtos financeiros derivados (como os Swaps, CDS, CFDs, ETFs e outros contratos e seguros sobre o crédito), é só dívidas, apoiadas sobre dívidas, até ao fundo (turtles all the way down).

Tendo como base este sistema financeiro, mais confuso que sofisticado, não admira que as dívidas de todo o mundo continuem a aumentar, ou que esteja tudo teso ou os bancos estejam sempre falidos. Pior ainda, é saber que até 2011 não havia maneira de melhorar o sistema.

Até à invenção do Bitcoin, não havia forma de enviar dinheiro de uma pessoa para outra, como do Ronaldo para a família, sem que no meio houvesse uma carrada de bancos a contrair dívidas em cadeia e a prometer pôr o contribuinte a pagar caso alguém se “enganasse”. Por essas e por outras é que as transferências internacionais são tão caras e também por isso é que a maioria da população mundial não tem acesso a serviços bancários e também é esta a causa para os governos sustentarem os bancos quando estes invariavelmente quebram.

Tudo aquilo a que hoje se chama de dinheiro, não são mais do que dívidas bancárias, garantidas pelos governos, que, em caso de haver problemas, obrigam os contribuintes a pagar. Ora, como bem sabemos, com tanta dívida cruzada, com os bancos geridos por políticos, e com todos os créditos garantidos pelo governo, é certo que vai haver problemas, tal como é igualmente certo que esses problemas impõem aos contribuintes a conta. A não ser que adotem Bitcoin.

O Bitcoin veio finalmente resolver o problema revelado quando as telecomunicações e a globalização tornaram o ouro impraticável. Durante milénios, o ouro era o dinheiro e se alguém queria pagar a outra pessoa, entregava-lhe o ouro. Mas o ouro é pesado, inconveniente e difícil de meter num telegrama, pelo que, com o tempo, o ouro caiu em desuso e toda a gente se viu obrigada a usar, como se fossem dinheiro, dívidas garantidas pelo governo. Que são o mesmo que impostos sobre as crianças.

Tal como o ouro, o Bitcoin é dinheiro. É irrepetível, infalsificável, mas tem ainda a vantagem de ser fácil de verificar a sua pureza e de caber direitinho num email, podendo ser enviado de um lado ao outro do mundo de forma instantânea e a preços espantosamente baratos.

Quem tem Bitcoin tem dinheiro, não tem dívidas de ninguém, não encoraja os bancos dar crédito a quem não paga e também não sujeita as crianças a tapar com impostos os buracos dessas dívidas mal paradas. Tem mais, o Bitcoin é, além de dinheiro, uma rede global para a realização de pagamentos. Sem precisar de bancos intermediários.  

A Network Monetária que constitui o Bitcoin, é especialmente valiosa para todas aquelas pessoas de países pobres que vivem das remessas dos emigrantes. Veja-se o caso de El Salvador, onde 25% da população está emigrada e as remessas desses emigrantes representam 30% do produto do País. Uma situação que não tem nada de invulgar, há dezenas de outros países em situação igual, A diferença ali, é que, onde os outros emigrantes perdem mais de 10% do que mandam para as famílias, com as comissões da Western Union ou equivalentes bancários, El Salvador adotou o Bitcoin.

Desde que El Salvador fez do Bitcoin moeda legal e apostou na distribuição do Chivo, um aplicativo de Lightning Network, os emigrantes Salvadorenhos têm uma forma de enviar dinheiro para as suas famílias ao custo de menos de um centavo, e muitas dessas famílias têm finalmente acesso a um serviço bancário. Há quem não goste, claro, como o FMI e o Fórum Económico Mundial, mas, sabendo como são, não parece que essas instituições se oponham às novidades por motivos humanitários.

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Henrique Agostinho