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Luís Gomes
Luís Gomes
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À data em que escrevo – 7 de Abril de 2022 -, a empresa Meta Platforms, ex-Facebook, anunciou que irá lançar uma Criptomoeda denominada “Zuck Buck”, utilizando o nome do seu fundador Mark Zuckerberg.

O que pretende a empresa com este lançamento? Segundo a notícia, remunerar os criadores das plataformas sociais, prestar serviços financeiros, entre os quais, empréstimos e depósitos, e utilizá-la para a economia do seu Metaverse.

Depois do fracasso da Libra/Diem, a Criptomoeda “Zuck Buck” não utilizará a tecnologia blockchain, sendo emitida centralmente pela empresa, evitando um possível chumbo dos reguladores.

A Meta Platforms não é a única que está a desenvolver Criptomoedas para o Metaverse; existem outras Criptomoedas associadas a plataformas de Metaverse com uma capitalização bolsista relevante, tal como podemos observar na Figura 1. Destaque para o Axie Infinity (AXS), o Decentraland (MANA) e o The Sand Box (SAND), os três com uma capitalização bolsista superior a 3,2 mil milhões de EUR.

Estas plataformas remuneram os criadores de NFTs, pois estes ajudam a melhorar a experiência do jogador. Vamos imaginar alguém que cria um cenário ou peças de roupa para os jogadores, a plataforma paga na Criptomoeda associada ao jogo, sejam SANDs ou MANAs.

O leitor pergunta: o que é o Metaverse ou um NFT? O Metaverse é uma realidade virtual, onde os utilizadores podem criar uma personagem ou vida alternativa ao mundo real. O jogo pioneiro foi o Second Life, onde os jogadores criavam uma personagem totalmente distinta do mundo real, uma espécie de existência alternativa. Nos novos Metaverse os jogadores podem negociar toda a espécie de NFTs, utilizando a respectiva Criptomoeda da plataforma do jogo.

O NFT (Non-Fungible Token) é o contrário de uma Criptomoeda ou de dinheiro físico, como o Euro. Para qualquer pessoa é indiferente receber um pagamento nesta ou naquela nota de 20 Euros. Também é indiferente pagar no Bitcoin que foi minerado na centésima vigésima vez ou pela primeira vez, o resultado é o mesmo, dado tratar-se de um activo fungível.

O NFT é um activo virtual não fungível, ou seja, é único, tal como um quadro, é único, não replicável, não há outro igual. Mas o leitor pode dizer: mas eu posso realizar uma cópia do NFT, bastando tirar uma fotografia com o meu telemóvel?! Ou até milhares de cópias se assim o entender. O que torna único o NFT é o código que se lhe aplica. Vamos imaginar que o leitor utiliza a plataforma Open Sea para subir um NFT ao blockchain; no momento em que sobe o activo digital, seja um vídeo, uma imagem ou um pdf, tem de indicar quantos NFTs deseja minerar. Vamos supor 5; nesse caso, 5 NFTs passam a estar na rede blockchain com o mesmo código.

O que podemos concluir deste processo: um NFT nunca poderá ser escasso, tal como um quadro ou um carro antigo, atendendo que poderão sempre ser feitas inúmeras cópias do mesmo. Mas o leitor pergunta; então porquê tanto interesse no Metaverse e os NFTs?

O negócio irá estar na economia que irá ser criada no Metaverse. Aqui poderá existir uma economia gigantesca nos próximos anos; não por acaso Mark Zuckerberg mudou o nome da sua empresa de Facebook para Meta.

Em primeiro lugar, a moeda da plataforma, neste caso uma Criptomoeda. Uma dada matéria-prima torna-se o dinheiro de uma comunidade quando é a intermediária de todas as trocas; ou seja, nas sociedades ancestrais os metais preciosos, pelas suas características, passaram a ser usadas em todas as transacções.

Há cerca de 5 décadas, o dinheiro deixou de ser o ouro e passou a ser a moeda decretada por um estado ou uma união monetária, como é o caso da Zona Euro. O dinheiro tem valor por que assim foi decretado, por isso, chamamos a estas moedas fiat. De que forma os estados obrigam ao seu uso generalizado? Em qualquer transacção, nenhum comerciante ou homem de negócios se pode recusar a aceitar essa moeda. Por outro lado, o estado apenas aceita essa moeda, seja no pagamento de impostos, para receber sanções impostas aos cidadãos ou para a liquidação de decisões judiciais; tudo tem de ser realizado nessa moeda.

Para além de servir um estado, uma determinada moeda por tornar-se divisa reserva do mundo, quando a sua utilização é preponderante, largamente maioritária no comércio internacional: este é o caso do dólar norte-americano (USD). A moeda da plataforma que possua milhões ou mesmo milhar de milhões de utilizadores no seu Metaverse terá enorme valor, pois todas as transacções devem ser realizadas nessa Criptomoeda, seja para adquirir NFTs, realizar pagamentos aos jogadores ou realizar transferências entre usuários.

A economia do Metaverse poderá tornar-se gigante nas próximas décadas. Muitas pessoas incógnitas no mundo real poder-se-ão tornar “estrelas” no universo Metaverse e mesmo gerar enormes fortunas neste universo. Nós vamos a um jogo de futebol para assistir ao talento de jogadores como o Cristiano Ronaldo: o seu valor de mercado está no seu talento. Muitas pessoas poderão brilhar nos jogos do Metaverse, com uma legião de fãs atrás de si; ou tornarem-se personagens famosas pela forma como se vestem no Metaverse; ou pelos discursos e notícias que propagam no Metaverse; ou seja, o seu valor de mercado pode tornar-se enorme.

Para exponenciarem o seu valor, estas pessoas vão adquirir ou criar NFTs no Metaverse. Vamos imaginar roupa: as que são criadas para a sua personagem no Metaverse são igualmente procuradas pelos seus seguidores no jogo. Vamos agora supor a casa onde vive no jogo, cuja propriedade é um NFT – a casa é única, com um código na realidade virtual -, é perfeita para a sua personagem, tendo em conta a área onde vive, bem como a arquitectura da casa. Isso vai gerar uma procura nessa área virtual, visto que as pessoas de maior sucesso aí vivem.

Podem existir dois vencedores: (i) aqueles que recebem Criptomoeda dos demais jogadores, atendendo que possuem competências excepcionais, como a jogar, ou seja, têm seguidores que o desejam visualizar ou apostar nele; (ii) aqueles que criam NFTs desejados pelos jogadores, seja porque se tornaram procurados pela utilização das “estrelas”, seja porque são muito desejados pela comunidade.

O pagamento às estrelas, para as seguir ou visualizar, de NFTs, ou transferências entre usuários serão realizadas na Criptomoeda do Metaverse, que terá tanto mais valor quanto maior a economia que representa. Desta forma, o Metaverse será algo parecido às redes sociais, onde dois ou três – Twitter, Facebook, Instagram…- se tornam predominantes, pois sabemos que vamos encontrar toda a gente nessa plataforma de entretenimento.

A questão nos próximos anos será apostar na plataforma vencedora, em particular adquirir a Criptomoeda utilizada por esse Metaverse. Não duvidem, uma nova economia será criada numa realidade virtual; como sempre, o importante é satisfazer uma necessidade humana e o Metaverse parece que irá ser uma realidade nas nossas vidas, passando a constituir um mundo onde iremos passar horas de entretenimento.

Destaques Autor
img:Luís Gomes

Luís Gomes