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Luís Gomes
Luís Gomes
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No último dia 22 de Março, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, proferiu um novo ataque às Criptomoedas: “Quando se observam os presentes volumes para StableCoins e Criptomoedas podemos constatar que são os mais elevados desde 2021…certamente estão a ser usadas, enquanto falamos, como uma forma de tentar contornar as sanções que foram decididas por muitos países contra a Rússia”.

Deve haver algum problema de perspectiva nestas palavras, basta constatarmos o volume diário conjunto dos pares BTCRUB – Bitcoin cotado em Rublos – e USDTRUB – Tether cotado em Rublos –, de apenas 9 milhões de USD (fonte: Kaiko; última Terça-Feira, 22 de Março), para concluirmos o ridículo desta observação! Senão vejamos: o volume diário negociado de Bitcoins varia entre 20 e 40 mil milhões de USD e do Tether entre 70 e 90 mil milhões de Euros, ou seja, a negociação dos pares sobreditos é marginal, praticamente não existe!

Mas não se ficou por aqui: “O risco de uso indevido das Criptomoedas para contornar as sanções contra a Rússia é um importante recordatório de que esses mercados devem ser obrigados a cumprir os padrões mais rígidos – inclusive no que diz respeito a KYC, prevenção de branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo e requisitos em matéria de informação.”

A senhora Lagarde continua a atribuir riscos às Criptomoedas que simplesmente não existem, pois estas são transparentes: qualquer pessoa pode consultar e auditar o blockchain, podendo conhecer a origem, o destino e os montantes de todas as transferências realizadas- tudo está às claras e disponível para consulta. É uma evidência – pelo menos devia ser – que a esmagadora maioria da lavagem de dinheiro ocorre com dinheiro físico; apesar disso, as Criptomoedas continuam a ser vilipendiadas sem cessar.

A senhora Lagarde também considera ilegítimo que cidadãos russos, alheios às tropelias, crimes e decisões dos seus dirigentes, se tentem proteger da enorme depreciação das moedas fiat, como é o caso do Rublo. Desde o final de 2019 (0,016137 USD por 1 Rublo) até à sessão de 23 de Março último (0,01201 USD por 1 Rublo), o Rublo perdeu 42% contra o USD – cerca de 21% desde o final de Fevereiro, momento em se iniciou a invasão da Ucrânia pelo exército russo.

Será que também pensa o mesmo dos cidadãos europeus? Como podemos constatar, desde o final de 2019, o EUR está a perder o seu poder aquisitivo, comprando cada vez menos quantidades das principais matérias-primas – ver Figura 1. A título de exemplo, entre o final de 2019 e o último dia 28 de Fevereiro, o Petróleo subiu de 54,5 € por barril para 85,6€ por barril, uma subida de 57%. A Madeira subiu 230%. Tudo isto aconteceu anteriormente ao início da guerra, onde nunca tínhamos escutado qualquer palavra da senhora Lagarde a este respeito – a destruição completa do poder aquisitivo do Euro não era seguramente a sua preocupação.

As últimas semanas foram a sequência lógica desta tendência: a subida inexorável de todos os preços (ver Figura 2), em particular das matérias-primas essenciais à produção de energia, como o Petróleo (22%) e o Gás Natural (20%), e as matérias-primas agrícolas, em particular os cereais, como o Trigo (21%) e o Milho (10%), muito dependentes da produção russa e ucraniana, ambas vedadas do comércio internacional.

Esta situação não surge do acaso, resulta de uma política deliberada de destruição do Euro, como aquela que tem sido seguida pelo BCE nos últimos anos. Na Figura 3, podemos ver que o balanço do BCE subiu 4 biliões (12 zeros) nos últimos 2 anos. Tudo isto serviu para “financiar”, através da impressão massiva de dinheiro, a despesa pública de muitos estados europeus.

Como funcionou? Imaginemos o estado português: emite novas obrigações – dívida pública –, que é adquirida pelos bancos comerciais, na sua maioria bancos nacionais; seguidamente, estes vendem estas obrigações ao BCE; este último como paga aos bancos? Imprime dinheiro e credita a conta dos bancos, torna-se proprietário das obrigações emitidas, incrementando sem cessar o seu balanço.

Como o Bitcoin está isento deste controlo político, ou seja, a sua emissão está limitada a 21 milhões de tokens, tem não só mantido mas incrementado substancialmente o seu poder aquisitivo, como podemos observar na figura 4. O Bitcoin ao longo dos últimos anos não cessa de subir o seu poder aquisitivo: hoje, com a mesma quantidade de Bitcoins é possível obter maiores quantidades de matérias-primas, ao contrário do que nos anunciam todos dias. A senhora Lagarde quer impedir que os aforradores utilizem o Bitcoin para se protegerem?

Julgo que hoje a senhora Lagarde tem hoje uma preocupação muito superior às Criptomoedas: o seu mandato à frente do BCE – garantir a estabilidade dos preços -; na minha opinião, está fortemente ameaçado (ver Figura 5).

Julgamos que é isto que lhe deveria tirar o sono, em lugar da sua “obsessão” com as Criptomoedas.

Destaques Autor
img:Luís Gomes

Luís Gomes