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BITCOIN E A REVOLTA DOS CAMIONISTAS

Posted on Fevereiro 11, 2022Fevereiro 11, 2022 By Criptoloja

Um evento que tem vindo a chamar a minha atenção tem sido a revolta dos camionistas no Canadá; o leitor perguntará: qual a relação com o Bitcoin ou as Criptomoedas em geral? Já lá vamos.

De há umas semanas a esta parte, várias cidades do Canadá estão bloqueadas por camionistas, com maior destaque para o bloqueio da sua capital: a cidade de Otava. Também importantes vias de comunicação estão a sofrer constrangimentos, em particular a principal fronteira terrestre entre os EUA e o Canadá, a ponte Ambassador, que liga Detroit a Windsor, de enorme relevância para a indústria automóvel norte-americana.

Como começou? As autoridades decretaram quarentena obrigatória para os camionistas não vacinados de regresso ao Canadá a partir dos EUA. Tal requisito de entrada tornou impossível a vida para este grupo de camionistas, o que gerou uma onda de solidariedade sem precedentes entre todos os membros da classe.

Iniciaram o seu protesto em filas de camiões ao longo de várias estradas do Canadá; as redes sociais e o passa-palavra fizeram o resto. O movimento de revolta tornou-se nacional, com vários populares a saudar a sua passagem em pontes e nas bordas das estradas.

O movimento não se ficou por aqui, no último fim-de-semana do mês de Janeiro, ocorreu o bloqueio da capital política do Canadá: Otava; segundo os seus promotores, ninguém vai abandonar a cidade até que todas as restrições Covid-19 sejam levantadas – hoje, continua ocupada. Para manter um bloqueio desta dimensão – gasolina, alimentação, alojamento… –
os seus promotores tiveram de recorrer à solidariedade de milhares de pessoas, utilizando a mais conhecida plataforma de crowdfunding do mundo: a GoFundMe.

Como é óbvio, o governo canadiano, liderado por Justin Trudeau, não ficou de braços cruzados, tendo iniciado uma enorme pressão política sobre a GoFundMe. Em paralelo, a angariação de fundos tinha-se tornado um tremendo sucesso, com a iniciativa “Freedom Convoy” a atingir cerca de 6,3 milhões de Euros a partir de 120 mil doadores.

Este coacção governamental produziu efeitos; bastaram uns dias e a empresa GoFundMe acusou a iniciativa “Freedom Convoy” de estar a promover “acções de violência e assédio”, num claro desrespeito dos seus “termos e condições”. É evidente que se tratou de uma pobre desculpa, já que várias iniciativas, como por exemplo, o “Black Lives Matter” foram
financiadas através desta plataforma.

Como era de esperar, no dia 3 de Fevereiro, a GoFundMe decidiu suspender a iniciativa “Freedom Convoy”, avisando que iria canalizar os fundos para outras iniciativas à sua escolha, excepto nos casos em que os doadores solicitassem a devolução do seu dinheiro.

As críticas sobre a empresa não se fizeram esperar: na sua página do Facebook, onde tem mais de 1,9 milhões de seguidores, a GoFundMe nem arriscou fazer referência ao caso; mesmo assim, nesse mesmo dia registavam-se mais de 3,5 mil comentários de internautas
furiosos na sua última publicação – acerca de uma campanha de apoio às crianças de uma escola de Boston.

No rebuliço de tal decisão, até políticos apareceram a criticar a empresa: Ron DeSantis, governador da Florida – um dos estados norte-americanos sem restrições no âmbito da pandemia –, nas suas contas do Twitter e Facebook, considerou estar-se perante “uma fraude”. Além disse, avisou que estava a trabalhar com a procuradora-geral do seu Estado, Ashley Mood, para investigar as “práticas enganosas” da GoFundMe, exigindo que fossem devolvidos imediatamente os fundos aos doadores.

Apesar de tudo, a empresa manteve a sua decisão de suspender a iniciativa, no entanto, resolveu devolver o dinheiro a todos os doadores, revertendo a sua decisão de enviar os fundos para outras iniciativas, caso não fosse solicitada a respectiva devolução.

Os promotores da revolta dos camionistas tentaram de imediato procurar alternativas; surgiram duas: a GiveSendGo e a TallyCoin. À data e hora em que escrevo, a primeira já contava com 7,1 milhões de Euros até ser proibida pelo governo canadiano, enquanto a segunda com cerca de 750 mil Euros (21 bitcoins, um em cada milhão possível ) aproximadamente.

É em relação à segunda empresa que desejo concentrar a minha atenção: a plataforma de crowdfunding TallyCoin; esta utiliza a tecnologia Lightning Network, permitindo aos doadores enviarem Satoshis directamente aos receptores dos fundos sem intermediários e sem custos, mantendo todas as vantagens da tecnologia blockchain do Bitcoin.

O leitor pergunta: como é possível o processamento de milhares de transacções sem comissões, atendendo aos enormes custos associados à rede Bitcoin? Mais uma vez, como iremos ver, através da tecnologia Lightning Network, o Bitcoin voltou a demonstrar a sua superioridade face aos tradicionais meios de pagamento.

Importa, em primeiro lugar, ter em conta os elementos revolucionários da tecnologia blockchain:
• Cada vez que ocorre uma transacção, a mesma é comunicada a todos os nodos da rede Bitcoin;
• Seguidamente à comunicação, os mineradores validam – duplas entradas, tentativas
de fraude…- um conjunto de transacções, construindo um bloco a partir das mesmas;
• Para um dado bloco de transacções ser aprovado, obriga a um consenso entre todos
os nodos em relação ao próximo bloco a incluir na rede; este consenso segue o
método proof-of work;
• Os mineradores apenas são recompensados com a emissão de novos Bitcoins se o
seu bloco é incluído na cadeia de blocos, ou seja, obteve-se um consenso entre os
nodos da rede para que seja incluído.
• Para obter o consenso da rede, os mineradores competem entre si, resolvendo um
problema criptográfico; o primeiro a resolvê-lo – exige uma enorme capacidade
computacional –, tem direito a incluir esse bloco na cadeia; daí o nome aplicado a esta
tecnologia (cadeia de blocos – blockchain).

Como se pode observar neste procedimento não há risco de contraparte. O que significa? Quando depositamos o nosso dinheiro num banco ou numa empresa de crowdfunding, estamos a confiar numa entidade central – a contraparte; ou seja, essa entidade é responsável por receber os fundos, de guardá-los, aquilo que se designa por custódia, e de processar transferências segundo as instruções que recebe.

Se há um ataque a esta entidade, seja um ataque informático – veja-se o que se passou com a Vodafone Portugal -, seja um ataque político, seja a insolvência (falência da entidade), os fundos ou o propósito do seu envio estão obviamente em sério risco.


No caso do Bitcoin nada disto ocorre: não há entidade central, ou seja, não existem intermediários; por outro lado, todas as transacções estão registadas em milhões de computadores em todo o mundo, que se vigiam mutuamente, tornando a rede praticamente invulnerável a quaisquer ataques, sejam informáticos ou de outro tipo. Tudo é processado sem intervenção humana de forma descentralizada.

Qual o lado negativo desta segurança? É extremamente caro o envio de fundos, atendendo que a validação e o consenso são processos caros e morosos, dado que envolvem todos os elementos da rede. Para termos uma comparação, presentemente a rede Bitcoin processa 7 transacções por segundo, enquanto a Visa e a Mastercard, segundo o que publicam, 1 700 e 5 000 respectivamente.

A tecnologia Lightning Network veio solucionar estas questões. Como funciona? Através da abertura de canais entre as pessoas – neste caso carteiras. Vamos supor que duas entidades decidem realizar transacções entre si, mas apenas comunicam o resultado final à rede quando decidirem fechar o canal; ou seja, diferem no tempo a comunicação das suas transacções à rede, evitando custos de envio e acelerando significativamente as transacções: estas passam a ser instantâneas.

Como funciona? Na prática é como se o receptor dos fundos abrisse um canal com todos os doadores e apenas no final do processo o resultado é comunicado à rede Bitcoin. Para melhor ilustrar, seria o mesmo que o João, a Luísa e a Ana se deslocassem ao bar do Fernando. Este último apenas aceita Satoshis. A carteira do João possui 200, a da Luísa 300, a da Ana 350 e a do Fernando 0. Cada vez que pedem uma cerveja ao Fernando, vamos imaginar 10 Satoshis cada, as três transacções não são comunicadas à rede; o Fernando como se assegura que irá cobrar? No momento da entrada, tal como quando passamos um cartão de crédito no check-in de um hotel, o sistema vai dizer que existe um tecto máximo de gasto de 850 Satoshis. No final, acabam por consumir 4 rodadas de cerveja; desta forma, as carteiras de cada um ficariam com o seguinte saldo: João (160), Luísa (260), Ana (310), Fernando (120). Este saldo só é comunicado à rede Bitcoin, através de uma única transacção, quando os três decidem abandonar o bar. Enquanto lá estão a consumir, as transferências para o Fernando são imediatas e sem custos.

Esta tecnologia permite à Tallycoin processar rapidamente todos os donativos e sem custos: o que é enviado pelos doadores vai de imediato para os receptores dos donativos da campanha, sem intermediários, suportado na segurança imbatível da rede Bitcoin. Não há qualquer possibilidade de controlo político sobre estes donativos, atendendo que tudo é executado de forma automática e sem intermediários.

As históricas manifestações dos camionistas do Canadá vêm uma vez mais provar a superioridade do Bitcoin face aos sistemas tradicionais de pagamento. Não é com facilidade que alguém impede a realização de donativos ou o envio de dinheiro que desejamos a alguém. Tal como alertei no artigo “Big brother dos bancos centrais, será absoluto?”, se o Bitcoin não triunfar, a liberdade tal como a conhecemos há décadas deixará de existir.

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